SÉRIE FARMACOLOGIA - Professor César Augusto Venâncio da Silva

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

LINGUAGEM MÉDICA - RANDOMIZAR, RANDOMIZADO, RANDÔMICO.

LINGUAGEM MÉDICA - RANDOMIZAR, RANDOMIZADO, RANDÔMICO.


Trata-se de anglicismos adaptados ao português, utilizados em estatística para a caracterização de amostras na pesquisa científica.  Random é palavra inglesa, de origem francesa, usada na expressão at random, cujo sentido é "ao acaso", "a esmo", "sem seleção ou critério de escolha". At random deve traduzir-se por aleatório, palavra derivada de igual vocábulo latino, com o significado de fortuito, casual, acidental, dependente de fatores incertos e sujeitos ao acaso. De random, em inglês, derivam o verbo randomizar, com o seu particípio randomizado, e o adjetivo randômico. O equivalente vernáculo do verborandomizar poderia ser casualizar, acidentalizar,ou aleatorizar. Aleatório é termo comumente usado em estatística. Casualizar e seu particípio têm sido igualmente empregados. Contudo, os anglicismos de que nos ocupamos têm merecido a preferência de nossos pesquisadores e já se encontram, na prática, integrados à terminologia médica. As amostras e os ensaios são randomizados e não casualizados, acidentalizados ou aleatorizados.  Está ocorrendo com os anglicismos o mesmo que ocorreu no passado com os galicismos. Inicialmente condenados pelos puristas da língua, vão sendo aos poucos incorporados ao léxico da língua portuguesa e passam a ser aceitos. O Novo dicionário da língua portuguesa, de Aurélio Ferreira, em sua primeira edição (1975), registra randômico com o mesmo sentido de aleatório e. nas duas edições posteriores, acrescenta randomização como sinônimo de acidentalização. Houaiss, além dos dois termos citados, já registra o verbo randomizar sancionando, assim, a incorporação à língua portuguesa dos citados anglicismos. Pelo menos foram os mesmos corretamente adaptados ao nosso idioma, o que já é um consolo. REFERÊNCIA:  SOARES, J.F., FARIAS, A.A., CESAR, C.C. – Introdução à estatística. Rio de Janeiro, Ed. Guanabara Koogan S.A., 1991, p. 235; VIEIRA, S. – Metodologia científica para a área de saúde. São Paulo, Sarvier, 1984, p. 4; FERREIRA, A.B.H. - Novo dicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro, Ed. Nova Fronteira, 1975.; IDEM, idem, 2. edição, 1986; IDEM, idem, 3. edição, 1999.; HOUAISS, A., VILLAR, M.S. – Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro, Objetiva, 2001; livro Linguagem Médica, 3a. ed., Goiânia, AB Editora e Distribuidora de Livros Ltda, 2004; Peter J. Bowler. The Mendelian Revolution: The Emergence of Hereditarian Concepts in Modern Science and Society (em inglês). [S.l.]: Johns Hopkins University Press, 1989; Atics, Jean. Genetics: The life of DNA (em inglês). [S.l.]: ANDRNA press. Reece, Jane B., e Neil A. Campbell. "Mendel and the Gene Idea." Campbell Biology. 9ª edi. Boston: Benjamin Cummings / Pearson Education, 2011. 265. Print.   

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