LINGUAGEM MÉDICA - RANDOMIZAR, RANDOMIZADO, RANDÔMICO.
Trata-se de anglicismos adaptados ao português, utilizados em
estatística para a caracterização de amostras na pesquisa científica. Random é palavra inglesa, de origem francesa,
usada na expressão at random, cujo sentido é "ao acaso", "a
esmo", "sem seleção ou critério de escolha". At random deve
traduzir-se por aleatório, palavra derivada de igual vocábulo latino, com o
significado de fortuito, casual, acidental, dependente de fatores incertos e
sujeitos ao acaso. De random, em inglês, derivam o verbo randomizar, com o seu
particípio randomizado, e o adjetivo randômico. O equivalente vernáculo do
verborandomizar poderia ser casualizar, acidentalizar,ou aleatorizar. Aleatório
é termo comumente usado em estatística. Casualizar e seu particípio têm sido
igualmente empregados. Contudo, os anglicismos de que nos ocupamos têm merecido
a preferência de nossos pesquisadores e já se encontram, na prática, integrados
à terminologia médica. As amostras e os ensaios são randomizados e não
casualizados, acidentalizados ou aleatorizados.
Está ocorrendo com os anglicismos o mesmo que ocorreu no passado com os
galicismos. Inicialmente condenados pelos puristas da língua, vão sendo aos
poucos incorporados ao léxico da língua portuguesa e passam a ser aceitos. O
Novo dicionário da língua portuguesa, de Aurélio Ferreira, em sua primeira
edição (1975), registra randômico com o mesmo sentido de aleatório e. nas duas
edições posteriores, acrescenta randomização como sinônimo de acidentalização.
Houaiss, além dos dois termos citados, já registra o verbo randomizar
sancionando, assim, a incorporação à língua portuguesa dos citados anglicismos.
Pelo menos foram os mesmos corretamente adaptados ao nosso idioma, o que já é
um consolo. REFERÊNCIA: SOARES, J.F.,
FARIAS, A.A., CESAR, C.C. – Introdução à estatística. Rio de Janeiro, Ed.
Guanabara Koogan S.A., 1991, p. 235; VIEIRA, S. – Metodologia científica para a
área de saúde. São Paulo, Sarvier, 1984, p. 4; FERREIRA, A.B.H. - Novo
dicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro, Ed. Nova Fronteira, 1975.;
IDEM, idem, 2. edição, 1986; IDEM, idem, 3. edição, 1999.; HOUAISS, A., VILLAR,
M.S. – Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro, Objetiva, 2001;
livro Linguagem Médica, 3a. ed., Goiânia, AB Editora e Distribuidora de Livros
Ltda, 2004; Peter J. Bowler. The Mendelian Revolution: The Emergence of Hereditarian Concepts
in Modern Science and Society (em inglês). [S.l.]: Johns Hopkins University
Press, 1989; Atics, Jean. Genetics: The life of DNA (em inglês). [S.l.]: ANDRNA
press. Reece, Jane B., e Neil A. Campbell. "Mendel and the Gene
Idea." Campbell Biology. 9ª edi. Boston: Benjamin Cummings / Pearson
Education, 2011. 265. Print.
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